DIRETRIZES PARA ARBORIZAÇÃO URBANA

28/05/2010 14:07

As árvores da cidade são importantes

As árvores das calçadas, praças, parques, avenidas e quintais, além de sombra e frescor, embelezam a cidade com formas e cores, reduzem a intensidade dos ruídos, retêm poeiras do ar, e alimentam e abrigam pássaros e outros animais.

Porém, as árvores da cidade têm que conviver com calçadas, pedestres, asfalto, manilhas, alicerces, paredes, ônibus, caminhões, sinalizações de trânsito e os fios elétricos telefônicos. 

Os fios, os carros e as casas

É preciso plantar árvores de pequeno porte tantos nas calçadas estreitas como naquelas sob fios elétricos e telefônicos. Esta é a forma inteligente de conciliar os benefícios das árvores e dos fios, e evitar curto-circuito, queima de eletrodomésticos e rompimento de fios pela quebra de galhos e tombamento de árvores.

Mesmo nas calçadas sem fiação deve-se plantar árvores de pequeno porte ou, no máximo, de médio porte.

As árvores de grande porte (que atingem mais de 15 m de altura) são apropriadas para praças, parques, e em alguns casos, para canteiros centrais de avenidas.

Árvore apropriada no lugar certo

As calçadas são áreas públicas e as árvores nelas plantadas são protegidas por Lei e constituem Patrimônio do Município. Os munícipes podem colaborar com a prefeitura arborizando calçadas. Todavia, devem fazê-lo de forma correta.

As raízes das árvores retiram água e nutrientes do solo. Além disso, as raízes respiram.

É preciso reservar espaços nas calçados para garantir a infiltração da água e a aeração do solo.

Escolhendo o que plantar

É recomendável que a muda da árvore tenha uma haste de pelo menos 1,80 m de altura, sem brotações laterais ou bifurcações, e que seja o mais retilínea possível. Mudas de menor tamanho exigem maior proteção e outros cuidados.

O plantio de árvores frutíferas na cidade é ambientalmente recomendável e salutar. Todavia, as plantas com frutos carnosos devem ser evitadas nos passeios (escorregões), nos locais de trânsito intenso de veículos (atropelamentos) e nos estacionamentos (danos aos veículos). Consulte a Secretaria Municipal do Meio Ambiente.

Espécies de pequeno porte
(indicadas para o plantio em calçadas com fiação aérea)

Nome Vulgar

Nome científico

Murta

Murraya exotica

Ipê-de-jardim

Stenolobium stans

Flamboyantzinho

Caesalpinia pulcherrima

Manacá-de-jardim

Brunfelsia uniflora

Hibisco

Hibiscus rosa-sinensis

Resedá anão

Lagerstroemia indica

Calistemon, Bucha de Garrafa

Callistemon citrinum

Grevílea anã

Grevillea forsteril

Macrantera

Senna macranthera 

Rabo de cotia

Stifftia crysantha

 

Espécies de médio porte
(indicadas para o plantio em calçadas sem fiação aérea)

Nome vulgar

Nome científico 

Quaresmeira

Tibouchina granulosa 

Ipê-mirim

Tabebuia sp

Magnólia amarela

Michaelia champaca 

Ipê amarelo

Tabebuia chrysotricha 

Sabão de soldado

Sapindus saponaria

Cássia imperial

Cassia ferruginea 

Pata de vaca

Bauhinia sp 

Aroeira-salsa, falso chorão

Schinus molle 

Astrapéia

Dombeya wallichi

 

O que NÃO plantar nas calçadas

Tem-se observado que as árvores causadoras dos maiores problemas em calçadas são as de grande porte, como:

Nome vulgar

Nome científico

Sibipiruna

Caesalpinia peltophoroides

Jambolão

Eugenia jambolana

Monguba

Pachira aquatica 

Pau ferro

Caesalpinia ferrea

Sete Copas, Amendoeira

Terminalia catappa 

Paineira

Chorisia speciosa

Figueiras em geral

Ficus sp 

Oiti

Licania tomentosa

Jambo

Jambosa sp

Flamboyant

Delonix regia

Palmeiras em geral

 

Outras espécies de grande porte também são desaconselháveis em calçadas. Estas são indicadas para grandes áreas livres. 

 Onde e como plantar

Antes de plantar uma muda de árvore na calçada é necessário prestar atenção em detalhes como: fiação elétrica ou telefônica, entrada de garagem, potes de iluminação e de sinalização de trânsito, etc. Como regra geral, podem ser adotadas as seguintes dimensões mínimas:

Espaçamento entre mudas / árvore

5,00-6,00m(*)

Distância de esquinas

15,00m

Distância de postes de fiação

4,00m

Distância de postes de iluminação

6,00m

Distância de postes de sinalização de trânsito

4,00m

Distância de entrada de garagem

1,50m

Distância da muda à sarjeta

0,50m

Lado do canteiro de plantio

0,60m

Largura da faixa de grama

0,50m

Lado da cova

0,30m

Profundidade da cova

0,30m

Largura para passeio de pedestres

1,00m

(*) 5m para espécies de pequeno porte e 6m para espécies de médio porte.

 

Cuidados ao plantar

A ocasião mais apropriada para o plantio da muda é o início do período chuvoso (outubro). Para garantir um desenvolvimento inicial rápido e saudável da muda, recomenda-se plantá-la fertilizando a cova.

Se o solo for de boa qualidade (argiloso, vermelho escuro, fofo e com camada superficial sem pedras, reboques, etc.), a cova pode ter as dimensões mínimas (0,30m x 0,30m x 0,30m).

Caso o solo não seja de boa qualidade (arenoso e de cores mais claras, ou ainda, argiloso e vermelho escuro, mas transportado ou muito duro), a cova deve ser maior (0,60m x 0,60m x 0,60m).

Misture os fertilizantes muito bem com a terra e encha a cova com este material, comprimindo com as pontas dos dedos cada camada adicionada. Faça uma "coroa" ao redor da cova com a sobra de material. Retorne-o à cova na medida da acomodação do material em seu interior. Irrigue a cova diariamente durante 30 (trinta) dias para, então, efetuar o plantio da muda. No plantio, o "colo" da muda deve estar ao nível da superfície do solo. Utilize um sarrafo ou uma estaca de bambu enterrados cerca de 0,50m e com pelo menos 1,5m acima da superfície do terreno, para tutorar a muda. Use um cordão de sisal para amarrar a muda ao tutor. Regue-a durante o verão a cada dois dias sem chuva.

Importante: Não deixe de plantar uma árvore mesmo que você não tenha todos os adubos recomendados. 

  No primeiro caso (0,3m x 0,3m x 0,3m) a fertilização da cova pode ser feita com:

4 l. - 5 l. de esterco de curral curtido ou
1 l. - 1,3 l. de esterco de galinha curtido e 150g - 200 g do adubo químico 4-14-8

No segundo caso (0,6m x 0,6m x 0,6m) a fertilização da cova pode ser feita com:

40 l. - 50 l. de esterco de curral curtido ou
10 l. - 13 l. de esterco de galinha curtido e
1 kg - 1,5 kg de calcário dolomítico (1,0 Kg para solo arenoso e 1,5 Kg para solo argiloso)
1 kg - 1,2 kg do adubo químico 4 - 14- 8

 

Como "formar" uma árvore

A passagem da fase jovem (muda) para a fase adulta (árvore) requer alguns cuidados. As plantas, ao crescerem em "lugares abertos", emitem muitos ramos para "ocupar o espaço disponível".

Assim, quando o plantio em calçadas for feito com muda menor que 1,80 m de altura, além de maior proteção, elas requerem a chamada "poda de formação".

A "poda de formação" consiste da eliminação dos ramos inferiores, sem prejudicar o crescimento da muda. Desta forma, evita-se que a futura árvore atrapalhe a passagem de pedestres, além de se tornarem desnecessárias podas drásticas posteriores, para corrigir a sua forma. A árvore de calçada deve ter os galhos situados sempre acima de 1,80 m.

 

Recuperando árvores danificadas

Os tipos de crescimento e as formas das árvores já estão definidos nas suas sementes. Além disso, a exposição adequada à luz é um fator muito importante no seu desenvolvimento, motivo pelo qual galhos muito sombreados perdem sua função, morrem, secam e caem naturalmente.

As árvores crescem "procurando ocupar os espaços disponíveis" e adquirindo aquela forma "programada" nas suas sementes, O homem inventou, então, a poda, que é uma agressão às árvores. As árvores passaram a ser podadas para que os "espaços disponíveis" fossem compartilhados com os fios elétricos e telefônicos, os caminhões, os ônibus, os prédios e os pedestres, que também precisam de espaços.

As podas são operações delicadas, tal como as cirurgias. Existem as ferramentas apropriadas e as pessoas qualificadas para isto.

 

Podas mal feitas podem "aleijar" as árvores

Os tipos de podas

Existem diversos tipos de poda para árvores de calçada, além da poda de formação, já demonstrada.

A "poda de contenção de copa" serve para abertura de espaço para fios elétricos e telefônicos. Este tipo de poda não é saudável para a árvore. Ela é adotada quando a árvore plantada é inadequada ao local.

A "poda de elevação de copa" serve para abrir espaços para passagem de pedestres e veículos.

Estas podas devem ser feitas por pessoas autorizadas e treinadas para isto.

A "poda de limpeza" tem o objetivo de retirar galhos mortos e secos. Ela também pode ser usada para recuperar árvores danificadas. Nesta poda procura-se serrar os galhos quebrados ou secos, sempre rente ao tronco ou aos galhos mais grossos. Deve-se tomar cuidado para não lascar a casca e não ferir a "crista" nem o "colar" (pequenas protuberâncias existentes na inserção do galho, responsáveis pelo processo de cicatrização).

A eliminação de galhos quebrados e secos reduz a quantidade de alimento para cupins, diminuindo sua infestação na cidade. Após a "poda de limpeza", deve-se deixar apenas um ramo crescer logo acima ou abaixo do corte. A árvore estará recuperada quando estes ramos tornarem-se galhos e o peso da copa estiver bem distribuído ao redor do tronco.

 

Árvores doentes

O controle da saúde das árvores deve ser feito regularmente.

Os problemas mais freqüentes são formigas, cochonilhas, pulgões, lagartas, fungos e cupins. Caso você detecte algum problema nas árvores próximas de sua casa, procure orientação de técnicos habilitados, que indicarão o procedimento adequado para cada caso.

A prática comum de caiar troncos das árvores não tem função benéfica. Ela deve ser evitada.

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Contato

SEMMA - Secretaria Municipal de Meio Ambiente

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75 - 3337 1518
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